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sábado, 25 de julho de 2015

Aerodinamik, @2h30 e muita coisa pra minha cabeça

Não acontece com vocês de quebrar a parede que nos divide, fazendo com que eu, escritor, interaja diretamente com você, leitor?

Não me leve a mal, mas meu estilo é livre demais e é por isso que vou falhar gravemente na redação do ENEM.

Mas sério, não acontece com vocês de se preocuparem demais com as coisas antes da hora? Tenho dentro de mim um medo tão insano de deixar de ser interessante. Tremo só de pensar no dia em que a gente se olhar e não ver mais nada. E aí você vira de costas e se vai e eu faço o mesmo. Tudo foi tempo perdido? Jamais. Mas com certeza fará falta, de alguma forma. E se essa pessoa descobrir meus defeitos e não quiser lidar com eles? As minhas qualidades vão suprir a demanda?

Olha lá, já estou me preocupando antecipadamente de novo.

Não me sinto tão bem, ultimamente. Há uma enorme cobrança dentro de mim para produzir. Adolescência é tudo isso aí o que dizem, só que pior. E eu que achei que dois anos atrás estava tudo caindo em pedaços. As coisas vão de fato ficando mais difíceis, mas não significa que eu gostaria de retroceder no tempo. Na verdade, eu odiaria voltar no tempo. Adoraria dar uma palestra de como vencer na vida, mas hoje não dá. Nem amanhã. Volta semana que vem, acho que estarei por aqui (aposto que você odeia quando eu ajo assim). Até eu me acho um saco, as vezes. Mas é assim mesmo. Quem sabe com um pouco de paciência e atenção eu melhore. Ainda tem todo o resto, mas eu ainda nem comi. Não sinto fome, mas tenho que comer. Lembrem-se disso. TEM que comer.

É dúvida demais, pessoal. Muita dúvida mesmo. Muito amor balanceado com muito ódio. É a vida te dando e te tirando coisas. É você feliz por ter algo para te desestressar (uma bicicleta) e, de repente, não poder usá-la (estar com uma tendinite e não poder pedalar). Quando você está atrás de alguém e esse alguém não está de bem com a vida. Você magoar uma pessoa que gosta de você. Sentir tanto ciúme que sua cabeça gira em torno do próprio eixo. Sentir tanta inveja que você acaba se sentindo a pessoa mais idiota do mundo. E como faz, então? Culpa os signos? Culpa a tijolada que levou na cabeça quando era pequeno? As pessoas que fizeram sua vida parecer ínfima? Nem venha falar que tenho problemas mal resolvidos. Eu sei disso e vivo com isso. Insisto em voltar em alguns detalhes no passado para ficar me auto afirmando e também para me julgar e me despedaçar por completo. Mas odeio a história toda. Não me apego ao passado, graças a Deus. Imagine só.

Tem pouca coisa que me acalma em momentos como esse e eu deixo pistas bem claras por aí. Na verdade, espero muito que as pistas sejam encontradas e efetuadas, mas também adoro surpresas. Eu diria para você tentar. Sempre tentar. E não ouse desistir do seu peixe. As coisas são assim mesmo. Você desmonta uma barreira, anda tranquilo por um tempo e se depara com uma bomba. No meu caso, fico nervoso desmontando a barreira, andando, achando a bomba e de tão nervoso, acabo por engolir a bomba. Para falar a verdade, não confiem em mim. Estou nervoso só de escrever esse texto.

Escrevi um texto no meio dessa semana e tenho muito medo de revisitá-lo. Era sobre um deserto. Sobre destruição e autoflagelo. Degradação pessoal, algo assim. Meio pesado. Tenho medo de me perder demais nos meus pensamentos, de vez em quando. O fato engraçado é que nunca havia abordado tão a fundo tais temas. Vou considerar como experiência criativa ou qualquer coisa que me faça esquecer.

Preciso encerrar por aqui, mas daqui a algumas horas com certeza vou lembrar de mais algo que poderia ter escrito. Acontece. Me desejem sorte. Essa é uma das famosas crises e, dependendo da situação em que me meter, pode demorar a passar. Não é como se eu não pudesse fazer nada a respeito, claro. Mas às vezes é preciso chegar no fundo e todo aquele blablablá...

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