Quando foi?
Que eu e você aprendemos a viver tão bem sozinhos?
Que perdemos toda a necessidade infantil de presenças constantes na nossa vida?
Fico feliz e triste olhando para a escuridão do meu quarto, pois recém agora que pisco o olho pra perceber tudo isso.
Foi só mais uma fase que não vimos passar.
Lembra quando cada detalhe importava como se estivéssemos em uma permanente crise de ansiedade? O cheirinho do tempero era saboreado pela sua mente, enquanto você caminhava pela cozinha, sentia o solavanco do braço da geladeira, e o frio da garrafinha de água na mão direita.
Agora a gente faz tudo no automático.
Foram só mais uns minutos que passaram.
Lembra quando a gente acordou juntinho, e você se levantou assustada pra ver o que era? No final era só a chuva, e passamos alguns minutos admirando o que a janela oferecia. Dias como esse eu nem preciso me esforçar pra lembrar dos detalhes.
Foi só mais um momento que eu deixei pra trás.
Ou quando a gente teve o nosso último dia naquela chácara, você toda bronzeada pedindo bis, não foi dificuldade nenhuma manter o olhar. E quando tava escurecendo você pediu pra continuar, mas eu disse não.
Foram só mais alguns momentos que eu escolhi não ter.
E hoje eu decidi seguir o que eu quero, os meus sonhos. A satisfação recente que eu andei procurando. Em fazer textos como esse, mas finalizá-los de uma maneira diferente.
Ah, e hoje? Hoje foi só mais um dia...
e você acabou de ler apenas mais um texto.
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