Ah, lembrei.
Era só mais um dia muito nublado numa manhã muito gelada em que eu, surpreendentemente, tinha muita vontade de assistir aulas.
(
João, você sabe qual era a razão de você querer assistir aulas.
)
Ok, eu sei.
Te encontrei no meio do caminho e você estava como sempre: normal, mas nem tanto. Sempre teve esse ar de bailarina requintada. Fiquei surpreso.
"Por que existe doença no mundo? Que droga!" Você disse, rindo e coçando o nariz. Tinha pego um resfriado ou algo assim.
E eu podia ter calado a boca e forçado uma risada fraca.
(
Mas aí que tá, querido. Essa pergunta retórica bateu na sua cabeça que nem um míssil. E quando essas perguntas batem, você não se segura, certo? Certo. Eu sei, eu sei.
)
Ok, ok. Fica quieto. Dói quando você fala essas verdades, sabia?
(
Alguém tem que falar a verdade por aqui, de vez em quando.
)
Que saco.
Então, retomando: foi mal, eu me exaltei e comecei a falar sobre doenças e o mundo numa empolgação um tanto patética. Acho que esperei muito de você numa manhã gelada e agora você acha que eu sou idiota.
(
João, isso faz mais de 5 anos.
)
Eu sei, mas ficou na minha cabeça. Que tal você parar de guardar os detalhes, hein?
(
Nah, você ainda vai lembrar do nariz dela levemente vermelho e do cachecol azul-bebê.
)
UUUUUUNNNNNNRRRRRGHHHHHH
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