autor: Ayrtton Fonseca autor: Bárbara Tanaka autor: Giovana Anschau autor: João Basso

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

a criança do parquinho

Aí está você, puros dentes brancos
dando-me alívio entre declives e barrancos
o seu branco me é uma bronca --- e comigo brinca
dos movimentos: que sinta. (sinta mesmo) Os bruscos brotam brilhos.
a seguro em meus braços, em pleno breu
(...)

Hei de ser, houve e foi
haveremos de compreender
você saberia o que dizer.

Eu caminho no condomínio
crianças no parquinho
crentes de diversão
algumas sem um colinho

Eu olho o relógio e
já passou muito do horário
éramos junção e crase
mesmo sem um dicionário

(Maldita dor que nos assola,
maldita dor que nos aguarda)

Fico sem graça, reflito:
dou risada. (muitas)
saio ao caminho
lembro do abraço;
lembro do carinho.

Era domo, era eu
era dominho
sempre deixava claro que
eu era seu irmãozinho

Vou-me embora um tempinho
deixe-me aqui no canto, quietinho
pois eu sem você
sou a criança sem parquinho.

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